domingo, 7 de junho de 2009

Caso Clínico de Comprometimento Articular "CAT". Caso clínico de André Justo Matzenbacher



Para aumentar o tamanho clic em cima das fotos.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

AJUSTE OCLUSAL

Vertical, para obtenção da cêntrica, permanentes

1 – Objetivo : remoção de todo impedimento de encaixe dos protocones entre os protocones antagonistas e a fileira de neocones, ocluindo os apoios primários na dimensão vertical de oclusão (DVO) na maior intercuspidação possível (PIM)= mínima dimensão vertical que a face pode ter com a presença dos dentes oclusos.

2 – Regras:
2.1 - dos 15
2.2 - critério de avaliação da regra dos terços
2.3 - não se ajustam cúspides que apóiam a dimensão vertical de oclusão em cêntrica : pontos de apoio primários (mésio-palatina dos molares superiores, vestibulares de pré-molares inferiores).
2.4 - o ajuste é feito exclusivamente dentro das áreas de desgaste natural constatadas por Thomas van der Laan entre brasileiros e venezuelanos yanomamis, de menor grau de aculturamento, mais próximos à oclusão natural do Homem.
Qualquer talhe fora destas áreas não é definido como ajuste oclusal, pode ser um preparo para prótese, para dentística, emergencial como em uma pericementite, procedimento temporário de periodontia para diminuir o braço de alavanca dentário, cirurgia de acesso endodôntico, etc, fora do ajuste.
2.5 - O lado de prioridade é sempre o de eventual dor, o da causa de um diastema (diagonal de Thielemann), enfim o que justificadamente assim se imponha , caso contrário é o oposto do desvio da linha mediana inferior. Tem dupla finalidade: o de inverter a mínima, centrando a linha mediana inferior e o de ser o lado de maior potencial de nocividade devido ao tamanho do braço de alavanca do temporal (alavanca do tipo 1).
2.6 - Ajuste na mesa de sustentação (pres e molares): MIDS, mesiais inferiores x distais superiores.
2.7 – Seqüência:

1º - Vertentes rugosas distais das cúspides palatinas (RDP) dos pré-molares superiores.
Ao ajustarmos o lado oposto ao do desvio da linha mediana inferior estamos transferindo a mínima, por isso nem sempre ajustaremos o lado oposto ao do desvio no mesmo dia, quando o fizermos a quantidade de desgaste será sempre menor que no lado oposto.
O ângulo funcional estrutural será sempre controlado pela centrar da mediana, nem sempre poderemos centra-la no mesmo dia, lembrando que este centrar já será uma sobre-correção: a superior gira para o lado oposto.

2º - Vertentes rugosas mesiais das cúspides vestibulares (RMV) dos molares inferiores , salvo a cúspide mediana do primeiro molar que sofre desgaste natural na lisa distal (Li D Med ).
Desgastam-se os molares inferiores depois dos pré-molares superiores para se produzir a mínima mais anterior, isto tende a evocar um avanço da mandíbula discreto que seja, mudando as relações dos posteriores.
Controla-se o avanço mandibular pelo traço no canino, ínfimos avanços já representam uma conquista na classe 2, paulatinamente deslocando a mandíbula para frente.

3º - Caninos superiores na mesial (3M), excluindo o extremo
de apoio da cêntrica (vermelho).

4º - Caninos inferiores, distais (3D), excluindo o vértice de apoio da cêntrica (vermelho)

5º- Vestibular dos incisivos inferiores, incisais (Vin), excluindo o apoio da dimensão vertical : marca de carbono mais inferior da vestibular.
6º - Palatina dos incisivos superiores (Pin) excluindo a marca mais superior, em casos de deformação elástica que leve à “cêntrica longa” preservar certa faixa (máximo de 0,25 mm).


Horizontal, excêntrico: lateralidade-teste direita (D) permanentes


1 – Objetivo: remoção dos óbices da configuração oclusal escolhida:

a- balanceada bilateral

cada vértice cuspídeo inferior escapando meia cúspide à mesial do antagonista pelo serrilhado icitomorfo, tocando bilateralmente. Desgasta-se para se obter para toque, única ortopédica funcional.

b- função de grupo

remoção de todos os toque no lado mediotrusivo (balanceio, não-trabalho), considerados altamente nocivos: interferência de balanceio, deixando toque em canino, primeiro e segundo pré-molar, no máximo na cúspide mésio-vestibular dos primeiros molares no lado da lateralidade, qualquer outro toque neste lado é considerado interferência de trabalho.

c- guia canina

idem, deixando toque apenas de caninos da laterotrusão, desocluindo todos os demais. A guia canina é natural em certa idade, inclusive entre aborígines australianos, indicando sempre uma imaturidade oclusal. Desejável em certas circunstâncias que exigem certo relaxamento da musculatura elevadora, alívio temporário, podendo se conseguir os mesmos benefícios com a placa de Michigan. A médio e longo prazo a função de grupo supera os benefícios imediatos da guia canina (Landulpho,Wilkens & Andrade e Silva, 2003- Rev APCD 2: 132).

2 – Regras:

2.1 – as mesmas gerais da cêntrica
2.2 – jamais acrescentar material as oclusais, flutua para basal na espessura do acréscimo (Dawson, 1993, Ash, Ramfjord & Schmideseder, 1999).
2.3 – executar previamente o traço canino para controle do avanço, ajustar apenas as áreas de desgaste natural envolvida (azul).
2.4 – ajustar antes o lado mediotrusivos desgastando MIDS e no laterotrusivo DIMS (distal dos inferiores e mesiais dos superiores) na mesa de sustentação.
2.5 – ajustar primeiro superiores, depois inferiores, salvo em incisivos que invertem.
2.6 – seqüência :

1º - vertentes rugosas distais das cúspides palatinas (RDP) de pré-molares e molares mediotrusivos
2º - vertentes rugosas mesiais das cúspides vestibulares (RMV) dos molares inferiores mediotrusivos, salvo a mediana do primeiro pré-molar que não sofre ajuste no movimento para medial.
3º - talhar as vertentes rugosas mesiais das cúspides vestibulares (RMV) primeiro dos pré-molares e depois dos molares superiores laterotrusivos.
4º - vertentes lisas distais do vestíbulo (Li DV) dos molares inferiores do lado da lateralidade, salvo a cúspide distal do primeiro molar inferior nos casos que estes apresentam três cúspides pelos vestíbulos (85 a 95% das vezes dependendo a amostra) que desoclui em tal lado tocando a mediana, compare com lado oposto. Nos caso9s que o primeiro molar inferior apresentar duas cúspides pelo vestíbulo (5 a l5% das vezes) é ajustado como o segundo molar. O siso (terceiro molar) também é ajustado como o segundo molar.
5º - canino superior laterotrusivo, vertente mesial (3M) excluindo apoio da cêntrica. Mova os modelos em oclusão e observando por trás note que o canino e o primeiro pré-molar inferior não tocam nenhum antagonista no lado mediotrusivo, pelo fato do canino avançar na direção dos incisivos e o primeiro pré-molar inferior avançar para o canino não encontrando cúspide palatina à sua frente (ver figura dos desgastes naturais mapeados por van der Laan), por isso ajustam-se caninos apenas no lado laterotrusivo, no oposto já é implícito o não ajuste de pré-molares por coincidir ser cúspide de ação primária no apoio da cêntrica.
6º - canino inferior laterotrusivo, vertente distal (3D), excluindo a ponta (vermelho).
7º - vestibular dos incisivos inferiores (Vin), excluindo o apoio da cêntrica
8º - palatina dos incisivos superiores (Pin), excluindo as marcas de apoio primário.

Obs: pode não haver toque de incisivos no lado mediotrusivo até certa idade, pelo menos até o início do desgaste do segundo anel da regra dos 15. Fato observado até entre aborígines australianos que mostram um espaço entre as incisais inferiores e a palatina dos superiores durante a flutuação para oclusal dos incisivos em maturação.
Uma discreta invasão por desgaste, até um terço das faces contíguas, sempre em acordo com o grau de maturação da regra dos 15, é admissível.
O ajuste horizontal esquerdo (E) é espelho do direito (D).

Ajuste oclusal decíduo, cêntrico: vertical (V)

1 – Objetivo : o mesmo da permanente

2 – Regras,

2.1 – As mesmas da permanente, com a dos 15 especificada em meses, lá em anos:

a- data base : 6 meses a 9 meses, irrupção do primeiro decíduo
b- 6 a 9 meses, primeira levantada da dimensão vertical + 15 meses = 21 a 24 meses
c- 21 a 24 meses = dentição plenamente operante, início dos desgastes + 15 meses = 36 a 39 meses
d- 36 a 39 meses, desgaste do primeiro anel = 0,5 a 0,75 mm + 15 meses = 51 a 53 meses
e- 51 a 53 meses (4 anos e 3 meses a 4 anos e meio), desgaste do segundo anel + 0,5 a 0,75 mm, total até aqui : 1 a 1,5 mm +15 meses = 66 a 69 meses
f- 66 a 69 meses ( 5 anos e meio a 5 anos e 9 meses), desgaste do terceiro anel + 0,5 a 0,75 mm, total até aqui: 1,5 a 2,25 mm + 6 a 9 meses = 72 a 75 meses
g- 72 a 75 meses (6 anos a 6 anos e 3 meses), desgaste do quarto e último anel + 0,5 a 0,75 mm, totalizando 2 a a 3 mm : oclusão madura, incisivos a topo. Segunda e última levantada da dimensão vertical.
É muito importante lembrar que esta regra é apenas um chute bem calibrado, tem certo amparo em evidências, mas não contém exatidão;
1- Os dentes não irrupcionam ao mesmo tempo,
2- Não desgastam uniformemente,
3- Desgastam mais quando próximos à maturidade, crianças por ocasião da troca por permanentes, adultos no início da senilidade (72 a 75 anos).
2-2 – Note que não há cúspide de apoio secundário nos dentes superiores e que as cúspides livres (nem primárias, nem secundárias) que poderiam sofrer ajuste e não são desgastadas por poderem interferir no equilíbrio das primárias.
2.3 – controlar o ângulo funcional pelo desvio da linha mediana inferior. Ainda que ocorra o ângulo estar menor no lado oposto ao do desvio em determinadas circunstâncias de lesões regressivas será tratado do mesmo modo, apenas acontecerá a correção mais depressa. Controlar o avanço pelo traço canino.
2.4 – Seqüência
1º - vertentes rugosas mesisia das cúspides vestibulares (RMV) dos molares inferiores
2º - mesial dos caninos (3M) superiores, excluindo o apoio
3º - distal dos caninos (3D) inferiores, excluindo vértice
4º - vestibular dos incisivos inferiores (Vin) excluindo a marca mais inferior de apoio da cêntrica (vermelho)
5º - palatina dos incisivos superiores (Pin) excluindo o apoio da cêntrica (vermelho), em geral só aparecem cargas fortes ali após uma semana a um mês, às vezes dois, depois do ajuste, quando a mandíbula avança.

Ajuste oclusal horizontal, excêntrico: lateralidade-teste direita (D), dentição decídua:

1 – Objetivo : os mesmos da permanente, com uma diferença fundamental, se é possível discutir o valor da guia canina na segunda dentição, na primeira não: origem das patologias, primeiro sinal de interferência oclusal, atresia de 1º grau.

2 – Regras:
2.1 – as mesmas gerais da cêntrica
2.2 – Seqüência :
1º - Vertentes rugosas mesiais das cúspides vestibulares (RMV) dos molares (mols) inferiores mediotrusivos

2º - Vertentes lisas distais das cúspides vestibulares (Li DV) dos molares inferiores laterotrusivos

3º - Vertente mesial do canino superior (3M) do canino superior, excluindo apoio (vermelho)

4º - Vestibular dos incisivos inferiores (Vin) excluindo apoio (vermelho)

5º - idem palatina dos superiores (Pin)

O ajuste à esquerda é espelho do ajuste para lateralidade-teste direita (D).

Lindbergue Mariano Colletes Alves
lindbergue@oclusivo.com.br

sábado, 14 de março de 2009

Hábito de respirar pela boca pode levar à queda de até 30% na performance física

O que a cabeça tem a ver com os pés? Tudo. E não só com os pés, mas com todo o corpo. O inofensivo hábito de respirar pela boca, por exemplo, pode levar à queda de até 30% na performance física. Isto porque diminui a oxigenação do sangue e, assim, a capacidade aeróbica, contribuindo para as lesões musculares, além de provocar ou agravar a asma, dar sonolência ou agitação. Também muda a estrutura do céu da boca, da arcada dentária e da musculatura da face, que no conjunto correspondem às disfunções da articulação têmporo-madibular (ATM). São alterações que acabam por interferir decisivamente na postura do indivíduo. O craque Ronaldinho quase deixou o futebol, aos 15 anos, em decorrência de um problema dentário. Ao se esforçarem mais para manter o mesmo rendimento dos colegas, atletas ou pessoas dedicadas a algum esporte que respiram pela boca chegam a induzir a asma. Estudos na área da Odontologia já demonstram que os atletas que respiram pela boca apresentam performance 21% inferior em relação aos que respiram pelo nariz. Como as crianças e nem os pais têm idéia das conseqüências do hábito de respirar pela boca, e até não identificam o problema, uma equipe multidisciplinar iniciou um estudo pioneiro com 300 crianças, de 8 a 14 anos, da Escola de Futebol Leão, do Clube Fortaleza. Ao longo de três meses, uma equipe do projeto Respire Bem e Viva Melhor, formada por dentista, pneumologista, fisioterapeuta e fonoaudióloga, irá avaliar a postura e o desempenho dos alunos. Identificados os problemas, serão indicados os tratamentos. As crianças que respiram pela boca acabam respirando mais rápido que as demais, se expondo mais às impurezas do ar. É que, ao longo de bilhões de anos, o sistema respiratório humano foi se adaptando para proteger o organismo destas impurezas, mantendo o equilíbrio das trocas gasosas com o meio externo. O nariz aquece, umidifica e limpa o ar que respiramos, o que não acontece quando o ar entra pela boca. Em conseqüência, as amígdalas e adenóides e todo o trato respiratório ficam irritados, abrindo caminho para crises de asma, bronquite, rinites, otites de repetição, resfriados freqüentes, sono agitado, explica a pneumologista Valéria Góes. Se o hábito de respirar pela boca não for identificado nos primeiros anos de vida, a criança altera e compromete o padrão do corpo como um todo. De acordo com a dentista e coordenadora do projeto, Fátima Moura, o céu da boca se estreita, os lábios ficam entreabertos de forma a deixar a musculatura da face flácida, aumentando a incidência de cáries. Também são verificados problemas de deglutição dos alimentos, sendo comum a preferência pelos líquidos e pastosos ao invés do alimento sólido. Numa reação em cadeia, até o posicionamento da língua se altera, prejudicando a fala e levando a uma mudança no posicionamento da mandíbula. Favorece a postura de crianças com ombros caídos, retificação da coluna cervical (o pescoço fica esticado para frente) e o diafragma fica com o tônus aumentado. Isso desorganiza e desestrutura a postura, favorecendo os desequilíbrios. Sendo assim, o atleta ou qualquer pessoa que pratica uma atividade física, como karatê ou ginástica, costuma se machucar com maior facilidade. Dra. Fátima Moura recomenda observar as crianças que não dormem bem, são muito agitadas ou sonolentas, apresentam sobrepeso ou abaixo do peso, ou seja, os extremos. A prática de esportes requer cuidados num contexto como este, pois a oxigenação deficiente leva a estafa muscular rapidamente. Segundo a dentista, as escolas e academias precisam estar mais atentas às pessoas que respiram pela boca, até para melhorar o seu rendimento físico e ajudar a resolver um problema que afeta várias funções do organismo. Do contrário, como os sintomas são diversos, a raiz do problema acaba sendo identificada, com muito custo, por médicos de diferentes especialidades. Este é o papel de uma especialidade que, aos poucos, vem ganhando espaço: a Odontologia Desportiva. A área envolve equipes multidisciplinares. A tarefa dos especialistas é identificar até que ponto o tipo de material usado na restauração de um dente do atleta pode se partir, levando em conta o grau do impacto da atividade física. Como identificar *Pessoa que apresenta sonolência diurna *Quem ronca, baba ou dorme de boca aberta *Quem sempre está com a boca entreaberta *Não tem resistência para correr *Criança irritada ou quieta demais *Desempenho físico diferente dos colegas *Infecções freqüentes (resfriados) e presença de catarro. Notícia publicada no Diário do Nordeste de 5 de setembro de 2004. Enviado por fatima moura (mfatimamoura@yahoo.com.br)

Tratamento para correção da posição dos dentes deve ser o mais precoce possível

De acordo com GRIBEL (1999) tratamento muito precoce, antes dos seis anos de idade pode tirar proveito, tanto da quantidade, como da qualidade de crescimento, devido a plasticidade dos tecidos moles e duros, podendo atuar na prevenção, correção ou atenuação das alterações de forma e função do sistema estomatognático. GRIBEL (1999) em entrevista para a revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial destaca que pela sua experiência profissional, a estabilidade das alterações ortopédicas, produzidas por aparelhos ortopédicos funcionais, é muito boa, em especial nas idades precoces. O autor ainda insiste que os tratamentos são mais estáveis quando mais precoce o for, se possível antes dos 6 anos de idade. PETROVIC e STUSTZMANN relataram que entre 5 e 7 anos de idade, a quantidade e direção de crescimento, possui uma grande eficiência comparado ao surto de crescimento pré-puberal. Quando falamos em tratamento precoce devemos compreender que todas as medidas transversais já apresentam mais de 80% aos 6 anos de idade. (SNODELL, NANDA, CURRIER, 1993). GRIBEL (1999) demonstrou que 61,7% das dimensões sagitais de um adulto já se apresentam no primeiro ano de vida, e 80% em torno dos 6 anos de vida.