quarta-feira, 27 de maio de 2009

AJUSTE OCLUSAL

Vertical, para obtenção da cêntrica, permanentes

1 – Objetivo : remoção de todo impedimento de encaixe dos protocones entre os protocones antagonistas e a fileira de neocones, ocluindo os apoios primários na dimensão vertical de oclusão (DVO) na maior intercuspidação possível (PIM)= mínima dimensão vertical que a face pode ter com a presença dos dentes oclusos.

2 – Regras:
2.1 - dos 15
2.2 - critério de avaliação da regra dos terços
2.3 - não se ajustam cúspides que apóiam a dimensão vertical de oclusão em cêntrica : pontos de apoio primários (mésio-palatina dos molares superiores, vestibulares de pré-molares inferiores).
2.4 - o ajuste é feito exclusivamente dentro das áreas de desgaste natural constatadas por Thomas van der Laan entre brasileiros e venezuelanos yanomamis, de menor grau de aculturamento, mais próximos à oclusão natural do Homem.
Qualquer talhe fora destas áreas não é definido como ajuste oclusal, pode ser um preparo para prótese, para dentística, emergencial como em uma pericementite, procedimento temporário de periodontia para diminuir o braço de alavanca dentário, cirurgia de acesso endodôntico, etc, fora do ajuste.
2.5 - O lado de prioridade é sempre o de eventual dor, o da causa de um diastema (diagonal de Thielemann), enfim o que justificadamente assim se imponha , caso contrário é o oposto do desvio da linha mediana inferior. Tem dupla finalidade: o de inverter a mínima, centrando a linha mediana inferior e o de ser o lado de maior potencial de nocividade devido ao tamanho do braço de alavanca do temporal (alavanca do tipo 1).
2.6 - Ajuste na mesa de sustentação (pres e molares): MIDS, mesiais inferiores x distais superiores.
2.7 – Seqüência:

1º - Vertentes rugosas distais das cúspides palatinas (RDP) dos pré-molares superiores.
Ao ajustarmos o lado oposto ao do desvio da linha mediana inferior estamos transferindo a mínima, por isso nem sempre ajustaremos o lado oposto ao do desvio no mesmo dia, quando o fizermos a quantidade de desgaste será sempre menor que no lado oposto.
O ângulo funcional estrutural será sempre controlado pela centrar da mediana, nem sempre poderemos centra-la no mesmo dia, lembrando que este centrar já será uma sobre-correção: a superior gira para o lado oposto.

2º - Vertentes rugosas mesiais das cúspides vestibulares (RMV) dos molares inferiores , salvo a cúspide mediana do primeiro molar que sofre desgaste natural na lisa distal (Li D Med ).
Desgastam-se os molares inferiores depois dos pré-molares superiores para se produzir a mínima mais anterior, isto tende a evocar um avanço da mandíbula discreto que seja, mudando as relações dos posteriores.
Controla-se o avanço mandibular pelo traço no canino, ínfimos avanços já representam uma conquista na classe 2, paulatinamente deslocando a mandíbula para frente.

3º - Caninos superiores na mesial (3M), excluindo o extremo
de apoio da cêntrica (vermelho).

4º - Caninos inferiores, distais (3D), excluindo o vértice de apoio da cêntrica (vermelho)

5º- Vestibular dos incisivos inferiores, incisais (Vin), excluindo o apoio da dimensão vertical : marca de carbono mais inferior da vestibular.
6º - Palatina dos incisivos superiores (Pin) excluindo a marca mais superior, em casos de deformação elástica que leve à “cêntrica longa” preservar certa faixa (máximo de 0,25 mm).


Horizontal, excêntrico: lateralidade-teste direita (D) permanentes


1 – Objetivo: remoção dos óbices da configuração oclusal escolhida:

a- balanceada bilateral

cada vértice cuspídeo inferior escapando meia cúspide à mesial do antagonista pelo serrilhado icitomorfo, tocando bilateralmente. Desgasta-se para se obter para toque, única ortopédica funcional.

b- função de grupo

remoção de todos os toque no lado mediotrusivo (balanceio, não-trabalho), considerados altamente nocivos: interferência de balanceio, deixando toque em canino, primeiro e segundo pré-molar, no máximo na cúspide mésio-vestibular dos primeiros molares no lado da lateralidade, qualquer outro toque neste lado é considerado interferência de trabalho.

c- guia canina

idem, deixando toque apenas de caninos da laterotrusão, desocluindo todos os demais. A guia canina é natural em certa idade, inclusive entre aborígines australianos, indicando sempre uma imaturidade oclusal. Desejável em certas circunstâncias que exigem certo relaxamento da musculatura elevadora, alívio temporário, podendo se conseguir os mesmos benefícios com a placa de Michigan. A médio e longo prazo a função de grupo supera os benefícios imediatos da guia canina (Landulpho,Wilkens & Andrade e Silva, 2003- Rev APCD 2: 132).

2 – Regras:

2.1 – as mesmas gerais da cêntrica
2.2 – jamais acrescentar material as oclusais, flutua para basal na espessura do acréscimo (Dawson, 1993, Ash, Ramfjord & Schmideseder, 1999).
2.3 – executar previamente o traço canino para controle do avanço, ajustar apenas as áreas de desgaste natural envolvida (azul).
2.4 – ajustar antes o lado mediotrusivos desgastando MIDS e no laterotrusivo DIMS (distal dos inferiores e mesiais dos superiores) na mesa de sustentação.
2.5 – ajustar primeiro superiores, depois inferiores, salvo em incisivos que invertem.
2.6 – seqüência :

1º - vertentes rugosas distais das cúspides palatinas (RDP) de pré-molares e molares mediotrusivos
2º - vertentes rugosas mesiais das cúspides vestibulares (RMV) dos molares inferiores mediotrusivos, salvo a mediana do primeiro pré-molar que não sofre ajuste no movimento para medial.
3º - talhar as vertentes rugosas mesiais das cúspides vestibulares (RMV) primeiro dos pré-molares e depois dos molares superiores laterotrusivos.
4º - vertentes lisas distais do vestíbulo (Li DV) dos molares inferiores do lado da lateralidade, salvo a cúspide distal do primeiro molar inferior nos casos que estes apresentam três cúspides pelos vestíbulos (85 a 95% das vezes dependendo a amostra) que desoclui em tal lado tocando a mediana, compare com lado oposto. Nos caso9s que o primeiro molar inferior apresentar duas cúspides pelo vestíbulo (5 a l5% das vezes) é ajustado como o segundo molar. O siso (terceiro molar) também é ajustado como o segundo molar.
5º - canino superior laterotrusivo, vertente mesial (3M) excluindo apoio da cêntrica. Mova os modelos em oclusão e observando por trás note que o canino e o primeiro pré-molar inferior não tocam nenhum antagonista no lado mediotrusivo, pelo fato do canino avançar na direção dos incisivos e o primeiro pré-molar inferior avançar para o canino não encontrando cúspide palatina à sua frente (ver figura dos desgastes naturais mapeados por van der Laan), por isso ajustam-se caninos apenas no lado laterotrusivo, no oposto já é implícito o não ajuste de pré-molares por coincidir ser cúspide de ação primária no apoio da cêntrica.
6º - canino inferior laterotrusivo, vertente distal (3D), excluindo a ponta (vermelho).
7º - vestibular dos incisivos inferiores (Vin), excluindo o apoio da cêntrica
8º - palatina dos incisivos superiores (Pin), excluindo as marcas de apoio primário.

Obs: pode não haver toque de incisivos no lado mediotrusivo até certa idade, pelo menos até o início do desgaste do segundo anel da regra dos 15. Fato observado até entre aborígines australianos que mostram um espaço entre as incisais inferiores e a palatina dos superiores durante a flutuação para oclusal dos incisivos em maturação.
Uma discreta invasão por desgaste, até um terço das faces contíguas, sempre em acordo com o grau de maturação da regra dos 15, é admissível.
O ajuste horizontal esquerdo (E) é espelho do direito (D).

Ajuste oclusal decíduo, cêntrico: vertical (V)

1 – Objetivo : o mesmo da permanente

2 – Regras,

2.1 – As mesmas da permanente, com a dos 15 especificada em meses, lá em anos:

a- data base : 6 meses a 9 meses, irrupção do primeiro decíduo
b- 6 a 9 meses, primeira levantada da dimensão vertical + 15 meses = 21 a 24 meses
c- 21 a 24 meses = dentição plenamente operante, início dos desgastes + 15 meses = 36 a 39 meses
d- 36 a 39 meses, desgaste do primeiro anel = 0,5 a 0,75 mm + 15 meses = 51 a 53 meses
e- 51 a 53 meses (4 anos e 3 meses a 4 anos e meio), desgaste do segundo anel + 0,5 a 0,75 mm, total até aqui : 1 a 1,5 mm +15 meses = 66 a 69 meses
f- 66 a 69 meses ( 5 anos e meio a 5 anos e 9 meses), desgaste do terceiro anel + 0,5 a 0,75 mm, total até aqui: 1,5 a 2,25 mm + 6 a 9 meses = 72 a 75 meses
g- 72 a 75 meses (6 anos a 6 anos e 3 meses), desgaste do quarto e último anel + 0,5 a 0,75 mm, totalizando 2 a a 3 mm : oclusão madura, incisivos a topo. Segunda e última levantada da dimensão vertical.
É muito importante lembrar que esta regra é apenas um chute bem calibrado, tem certo amparo em evidências, mas não contém exatidão;
1- Os dentes não irrupcionam ao mesmo tempo,
2- Não desgastam uniformemente,
3- Desgastam mais quando próximos à maturidade, crianças por ocasião da troca por permanentes, adultos no início da senilidade (72 a 75 anos).
2-2 – Note que não há cúspide de apoio secundário nos dentes superiores e que as cúspides livres (nem primárias, nem secundárias) que poderiam sofrer ajuste e não são desgastadas por poderem interferir no equilíbrio das primárias.
2.3 – controlar o ângulo funcional pelo desvio da linha mediana inferior. Ainda que ocorra o ângulo estar menor no lado oposto ao do desvio em determinadas circunstâncias de lesões regressivas será tratado do mesmo modo, apenas acontecerá a correção mais depressa. Controlar o avanço pelo traço canino.
2.4 – Seqüência
1º - vertentes rugosas mesisia das cúspides vestibulares (RMV) dos molares inferiores
2º - mesial dos caninos (3M) superiores, excluindo o apoio
3º - distal dos caninos (3D) inferiores, excluindo vértice
4º - vestibular dos incisivos inferiores (Vin) excluindo a marca mais inferior de apoio da cêntrica (vermelho)
5º - palatina dos incisivos superiores (Pin) excluindo o apoio da cêntrica (vermelho), em geral só aparecem cargas fortes ali após uma semana a um mês, às vezes dois, depois do ajuste, quando a mandíbula avança.

Ajuste oclusal horizontal, excêntrico: lateralidade-teste direita (D), dentição decídua:

1 – Objetivo : os mesmos da permanente, com uma diferença fundamental, se é possível discutir o valor da guia canina na segunda dentição, na primeira não: origem das patologias, primeiro sinal de interferência oclusal, atresia de 1º grau.

2 – Regras:
2.1 – as mesmas gerais da cêntrica
2.2 – Seqüência :
1º - Vertentes rugosas mesiais das cúspides vestibulares (RMV) dos molares (mols) inferiores mediotrusivos

2º - Vertentes lisas distais das cúspides vestibulares (Li DV) dos molares inferiores laterotrusivos

3º - Vertente mesial do canino superior (3M) do canino superior, excluindo apoio (vermelho)

4º - Vestibular dos incisivos inferiores (Vin) excluindo apoio (vermelho)

5º - idem palatina dos superiores (Pin)

O ajuste à esquerda é espelho do ajuste para lateralidade-teste direita (D).

Lindbergue Mariano Colletes Alves
lindbergue@oclusivo.com.br

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